domingo, 17 de março de 2013

Romantismo (1825-1865)

Só deus, 1856, Museu do Chiado (Lisboa) - Francisco Augusto Metrass

O Romantismo é a expressão literária e plástica da consciência burguesa. Acredita no progresso, porque o progresso foi a mola econômica da burguesia; entoa o canto da liberdade, porque para o burguês parece evidente que a liberdade não é senão o exercício do poder por ele próprio; exalta o sentimento contra a barreira das convenções, porque o sentimento é ele e as convenções são as sobrevivências das barreiras sociais que ainda se opõem à sua caminhada triunfal; inventa a alma do povo, ou o espírito nacional, porque se considera o legítimo representante desses mitos; reinventa a história porque a história lhe permite reconstituir um pergaminho coletivo e apresentar-se como sendo ele o verdadeiro nobre, o representante das gerações que, durante séculos, desbravaram o caminho da liberdade. O romantismo português normalmente é associado à revolução liberal de 1834. Essa revolução representa um corte com a tradição, pois confiscou os bens da nobreza, da Igreja e aboliu as ordens religiosas. Era necessário criar uma nova literatura, com novas formas e novos temas, para uma nova sociedade, uma vez que os românticos da primeira geração ainda estavam muito ligados aos árcades. Garrett e mesmo Herculano, ambos conheceram “in loco” o novo gosto literário, porque foram forçados a emigrar para a Inglaterra, como refugiados políticos. Antônio Feliciano de Castilho procurou mostrar-se ao corrente da moda romântica em obras como A Noite do Castelo, de cenário afetadamente medieval. Didaticamente, costuma-se dividir o romantismo em três fases: 
  •  1ª fase (de 1825 a 1838): momento, ainda, em que atuam os valores neoclássicos. São representantes dessa fase Almeida Garret, Alexandre Herculano e Antônio Feliciano de Castilho. 
  • 2ª fase (de 1838 a 1860): há, então, a incorporação do chamado movimento ultra-romântico. Camilo Castelo Branco é seu principal representante. 
  • 3ª fase (de 1860 a 1865): fase de transição para o Realismo. Tem como representantes Júlio Dinis e João de Deus. Além das características gerais (individualismo e subjetivismo, ânsia de liberdade, culto da natureza, idealização da mulher, insatisfação ou “mal do século”, etc.), convém destacar que o Romantismo português caracteriza-se por um retorno ao passado. Os escritores portugueses procuram ambientar seus romances na Idade Média, tentando recuperar ideais de hora e coragem. Esta tendência dá forte cunho nacionalista às obras do Romantismo português, pois ao evocar o passado, exalta-se a Pátria, cultuam-se as tradições lusitanas. Trata-se da evocação saudosista de um passado e glórias.

2 comentários:

  1. Olá, pessoal. O projeto está adequado. Agora precisam colocar mais conteúdos e iniciar as discussões.

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    1. Muito obrigada professora Lígia, estamos revisando os conteúdos que vamos colocar e iniciaremos sim as discussões - Taís Melo

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